Para analista, falta de experiência profissional prejudica grupo.
Índice de desocupação de jovens entre 16 e 24 anos atingiu 21,1%.
A piora do cenário no mercado de trabalho em março afetou, sobretudo, os mais jovens e com escolaridade entre oito anos e dez anos de estudos. A Pesquisa Mensal de Emprego (PME), divulgada nesta sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostra que a desocupação tem afetado também integrantes do domicílio que não são o chefe da família.
A taxa de desocupação para os jovens entre 16 anos e 24 anos atingiu 21,1% em março, acima dos 18,9% de fevereiro e o maior patamar desde os 21,7% de agosto de 2007.
"É o grupo que mais sofre com a crise, por causa da falta de qualificação e da falta de experiência" , afirmou Cimar Azeredo, gerente da PME.
Azeredo destacou também que aqueles com escolaridade entre oito anos e dez anos de estudo - que terminaram o ensino fundamental, mas não concluíram o ensino médio - têm a maior taxa de desocupação, de 11,3% em março, contra 10,3% em fevereiro. O resultado de março para este grupo é o maior desde os 11,6% de abril de 2008.
Já para aqueles com escolaridade superior a 11 anos de estudo, a situação é apenas um pouco melhor, com desocupação na faixa de 9,2% em março, contra 8,6% em fevereiro. Azeredo lembra que é nessa faixa que se encontra o estudante universitário com menos de 24 anos, que procura trabalho, mas sofre com a falta de experiência. Para aqueles com menos de 8 anos de estudo, a taxa de desocupação passou de 7% em fevereiro para 7,1% em março.
"Este grupo encontra emprego no setor informal, com salários menores" , explicou Azeredo.
Evolução inferior
O técnico do IBGE notou que o mercado de trabalho este ano mostra uma evolução inferior ao que se via nos últimos anos, sobretudo em 2008. Azeredo recordou que, nos últimos anos, a desocupação se mantinha estável ou caía em março, ao passo que a alta para 9% observada em março de 2009 está em linha com o desempenho em 2003 e 2004, quando o país sofria efeitos da crise econômica de 2002.
"Todo processo do mercado de trabalho se dá como um reflexo do cenário econômico. Se o cenário está em crise, vai ter reflexo disso no mercado de trabalho" , ponderou.
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