“[...] Meu samba vai tocar no infinito [...]” Maria Rita.
Tocar o infinito. É fazer mais, é lutar mesmo que a conquista não venha. Vivemos em uma sociedade individualista, mesquinha e capitalista e por este motivo não encontramos forças pra mudar, pois o que existe parece inalterável.
Cada dia, cada instante uma decepção, um desgosto. Lutamos e lutamos pra pessoas pela qual é nossa luta nos dizerem “pra quê tudo isso?”.
Mas no dia seguinte levantamos a cabeça e erguemos nossos olhares pra um mundo melhor, para um mundo de justiça social, pois somos capazes de fazer, de criar, de inovar e acima de tudo somos capazes de acreditar que ainda é possível!
A agitada metrópole chamada São Paulo é uma terra de ‘loucos’, uma terra que se encontra de tudo, desde o mais rico carro que você já viu na vida até crianças abandonadas nas praças e locais abertos no centro da cidade. É isso que se chama direito à vida, à saúde e a dignidade. Até quando vamos nos calar diante dessa realidade? Até quando vamos ser cegos para aquilo que está a nossa ‘testa’?
O dinheiro é mais importante do que as pessoas que nem comida tem pra colocar no estômago, a ‘vidinha’ que levamos, nossos interesses, nossas coisas, o meu eu é muito mais importante do que um problema social.
Até quando?
É mais fácil colocar a culpa a quem exerce o poder, pois são eles os donos de tudo, concordo, mas o que nós estamos fazendo para mudar?
Nada.
Nada é grito de uma juventude largada às traças sem emprego, sem educação de qualidade e sem oportunidade. O que você, meu caro amigo, já fez hoje pelo outro e não por você mesmo?
Nada.
Nada é o que existe na panela da dona Joaquina do interior do Ceará, é o que ela tem para os filhos.
Falar talvez seja simples, mas fazer e agir é o que pega.
Pega?
Ah não, não pega esqueci que não é moda mais defender o interesse social. O que está na moda é ter um carrão da Audi, um baita MP666, um relógão ROLEX de ouro comprado por 60 conto na galeria, um NIKE no pé, essa sim é a moda. A moda dos campos dos sertões brasileiros é colher mais sem morrer, é comer pelo menos duas vezes por dia, é ter, quando possível, um par de botas no pé pra não ser picado por uma cobra. Ah, como iria me esquecer, a moda lá em Bukina Fasso, país na África, é ter um pai ou uma mãe vivos, pois a maioria morre de HIV.
Moda à brasileira diz: “Mas o que eu tenho a ver com isso, a culpa não é minha”.
Não é sua mesmo, sabe por quê? Enquanto você não for ser humano suficiente para reconhecer que os problemas dos outros são seus também nunca teremos um mundo melhor, a culpa sempre será do governo, da vizinha, do inimigo, do colega de trabalho e do sistema, enquanto vivermos nessa inércia de achar que tudo está indo bem enquanto os nossos quadrados estão protegidos, nada vai mudar.
Vai mudar sim, quando os verdadeiros revolucionários surgirem do meio e proclamarem em uma única voz: “Vamos mudar, pois somos donos da história, é a ela quem devemos ter total responsabilidade.”
Aí diremos “O meu samba vai tocar o infinito.”
VAMO QUE VAMO: BORA MUDAR O MUNDO!!!
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