sábado, 25 de abril de 2009

Nem a extrema direita ousou manipular tanto quanto...



José Dirceu

Essa nova propaganda que começou a ser veiculada pelo PPS é toda ela uma completa distorção da verdade e da legislação que instituiu as inserções de propaganda das legendas partidárias em redes nacionais - e estaduais - de rádio e TV exclusivamente para a prestação de informações sobre os objetivos, diretrizes e princípios dos partidos. Você viu essa propaganda do PPS? Em uma das inserções aparece a ex-vereadora paulistana e candidata a prefeita da capital paulista no ano passado, Soninha Francine, acusando o governo federal de ter lançado uma candidata a presidente e de já estar em campanha por ela. E diz que o PPS sim, tem um candidato "que não está em campanha, está governando". Ou seja, o que critica que o governo federal estaria fazendo - e não está - ela própria faz: campanha antecipada pró-Serra, o candidato do PPS a presidente no ano que vem. A outra inserção é mais desonesta ainda, se bem que seja difícil avaliar o que é pior nessa nova propaganda do PPS. Nesta outra o deputado Raul Jungmann (PPS-PE) aparece dizendo, explicitamente, que o presidente Lula vai mexer na poupança da mesma forma que o governo Collor mexeu.

O que Lula estuda é proteger o pequeno poupador - São coisas totalmente diferentes. O presidente Collor e sua ministra da Economia, Zélia Cardoso de Melo confiscaram a poupança. Já o governo Lula, e todos sabem disso porque foi amplamente noticiado, estuda meticulosamente e com muito cuidado, formas de remunerar a poupança do pequeno poupador. O objetivo do governo - e daí a cautela - é que o sistema nem sofra uma enxurrada de depósitos do grande capital (porque a remunerção da poupança se tornou atraente em comparação com outras aplicações) e nem que as medidas a serem adotadas prejudiquem o pequeno poupador. Mas a propaganda do PPS não explica isso, só joga a calúnia, a infâmia, o boato torpe de que o governo Lula vai mexer na poupança como fez Collor. Vejam a que pontoo PPS chegou! Nem a extrema direita, nem a nata do conservadorismo teve coragem e chegou a tanto! O que houve de mais próximo disso na história do Brasil foi em 1989 quando, entre o 1º e o 2º turnos da eleição presidencial, propagaram o boato - sem fazê-lo em rede de rádio e TV - de que se Lula fosse eleito tomaria casas para distribuí-las a sem-teto e confiscaria a poupança. Confisco que Collor, eleito, fez

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