“Temos a matriz mais equilibrada entre as grandes nações e muitas vias para expandir a nossa geração, com energia hidrelétrica, petróleo e biomassa.” (Introdução da matéria na revista Atualidades 2009, editora Abril, Página 49).
Será mesmo?
O Brasil é um dos países com maiores recursos naturais do planeta, se não for o maior, portanto, temos todas as fontes necessárias para a produção de energia e outros. Por exemplo: temos água em massa, temos gigantescas jazidas de petróleo, minas de minério em larga escala, temos extensa área para o cultivo de cana e outras matérias primas para a produção de energia renovável, somos o país em potencial que até o final deste século terá a maior produção e comercialização de energia do planeta.
A partir da década de 1930 o governo federal passou a olhar o setor energético como estratégico, pois Vargas (Presidente da República) tinha a pretensão de modernizar o país ao patamar das grandes potências mundiais. Desde então o governo federal passou a construir usinas, hidrelétricas, Companhias (Vale do Rio Doce), a Eletrobrás e a Petrobras.
Com o aumento da população brasileira a energia era prioridade do governo, porque ele tinha total controle setor, e em 1973 são lançados os Programas Pró-Ácool e Pró-Carvão, ou seja, o governo militar brasileiro em meio à forte crescimento econômico não acompanhado por distribuição de renda se viu em meio ao fogo cruzado do Oriente Médio e Ocidente, pois o maior exportador de combustíveis fósseis para o país era então o Oriente Médio e o receio que este produto sofresse qualquer tipo de variação em seu valor fez com que lançasse um programa capaz de substituir o consumo destes recursos. De 1983 a 1989 houve o apogeu na produção de veículos a álcool, a venda dos carros a álcool superou 100% a dos à gasolina.
De 1990 até 2003 a produção de carro a álcool no Brasil declinou devido a uma forte pressão internacional para a adesão de um novo sistema econômico mundial, pois o socialismo russo tinha entrado em colapso, esse sistema econômico era baseado no Consenso de Washington e é conhecidamente pelo nome de neoliberal, pois tinha por princípios:
- Disciplina fiscal
- Redução dos gastos públicos
- Reforma tributária
- Juros de mercado
- Câmbio de mercado
- Abertura comercial
- Investimento estrangeiro direto, com eliminação de restrições
- Privatização das estatais
- Desregulamentação (afrouxamento das leis econômicas e os direitos trabalhistas)
- Direito à propriedade intelectual e liberdade de imprensa privada
Foram através destes princípios que os governos de Fernando Collor, Itamar Franco e Fernando Henrique Cardoso nortearam suas ações, portanto foi caracterizado pelo sucateamento e venda das empresas públicas do setor como a Vale do Rio Doce e outras.
Em 2003 com a posse de Luiz Inácio Lula da Silva, primeiro presidente socialista do Brasil, a política para o setor sofreu bruscas alterações. Foram mais investimentos públicos nas empresas públicas e seu fortalecimento, retirada imediata da Petrobras da lista de venda proposta pelo governo anterior e por um massivo incentivo as montadoras para a produção de carros flex. Hoje o Brasil é visto como o país mais estável na produção energética. Mas a história poderia ser outra se o processo de privatizações não fosse interrompido.
No inicio de 2007 o governo federal anunciou a descoberta da maior jazida de petróleo de toda a América do Sul, na costa brasileira, junto com um programa de produção de bicombustível jamais visto no mundo. Em 2030, segundo o Ministério de Minas e Energia, o Brasil consumirá mais energia de outras fontes do que petrolífera, portanto é um passo extraordinário para a preservação do meio ambiente e para a perpetuação da energia no planeta.
Sim, temos a matriz mais equilibrada na utilização da energia no mundo, porém temos muito para avançar e conquistar, se pararmos de uma hora para outra ou em qualquer eleição destas, estaremos olhando para traz novamente, os mesmos que queriam vender TUDO em nome da economia vão vender o que nos resta que é a dignidade! Então vamos sempre a um só caminho a do mundo igualitário, equilibrado e com justiça sócio-ambiental.
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